As mulheres iranianas cansaram-se dos mullahs que, em público e em privado, controlam os seus corpos e os seus amores, roubam as suas alegrias e desfazem os seus sonhos. Na linha da frente da luta por direitos e dignidade humana, elas conseguiram algo sem precedentes: unir o país contra um “regime imoral”. (Ler mais | Read more…)
Todas as noites, Nahid (*) vai para as ruas de Teerão juntar-se a outras mulheres que, desde 16 de Setembro, protestam contra a violência a que estão sujeitas todos os dias. Chega de motorizada, com lenços coloridos que lhe escondem o cabelo louro e máscaras que protegem o rosto luminoso.
“Já queimei o meu hijab em muitas fogueiras”, exulta esta fotógrafa de 30 anos, numa troca de mensagens, por WhatsApp. “Vi amigos serem feridos e desconhecidos serem mortos. A polícia de choque ataca-nos com gases de pimenta e lacrimogéneo, bastões e balas reais.”
Seja na longa avenida Valiasr, que antes se chamava Pahlavi, ou na Praça Ferdowsi, tributo ao poeta que, com Shahmaneh (“Livro dos Reis”), salvou a língua, a história e a mitologia dos persas, “estamos num campo de batalha e não há abrigos onde nos possamos esconder”, acrescenta Nahid. “Os hospitais recusam muitos do que lá chegam pedindo socorro.”
“Há em nós uma sensação de heroísmo”, diz a activista. “Não temos medo. O regime é que tem medo, porque usa o hijab obrigatório como arma. Não quer mudar nada. Só lhe interessa sobreviver e, para isso, prende e mata quem o contraria. Este regime imoral nega-nos direitos humanos básicos e está apavorado, pois não tem resposta ao que é novo. Estamos a morrer pela vida, pela liberdade. Só pode haver um final: ou vencemos, ou vencemos.”
A fúria de Nahid, em crescendo desde que, pela primeira vez, em 2014, foi condenada a um ano de prisão e 91 chicotadas (a pena seria suspensa) pelo “crime” de aparecer num vídeo a dançar sem véu, explodiu quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu três dias depois de ter sido detida, em 13 de setembro, pela Gasht-e Ershad (“polícia da moralidade”), porque o seu hijab destapava alguns fios de cabelo.
Oriunda de Saqqez, no Noroeste, Mahsa, que na verdade se chama Jina, nome curdo que teve de sacrificar por outro persa, porque as autoridades suprimem o nacionalismo das minorias étnicas, estava de férias em Teerão, acompanhada do irmão, antes de ingressar na faculdade para estudar biologia. Sonhava ser médica.
Vestida de negro, de nada lhe valeu a larga túnica que ocultava as formas do corpo, como exige a lei. Uma “patrulha da virtude” implicou com o seu “imodesto” hijab, ligeiramente descaído, e conduziu-a numa carrinha para um infame centro de interrogatório conhecido como “Vozara”.
Aida Ghajar, jornalista no website IranWire, exilada em Paris desde 2010, foi a primeira a noticiar a morte de Mahsa/Jina. “Vi no Twitter alguém comentar que uma garota de 22 anos estava em coma depois de levada para o Vozara”, conta-me por telefone. “Comecei a investigar. Uma das minhas fontes identificou a vítima como Mahsa Amini, e pôs-me em contacto com o irmão.”
Ao irmão, os polícias disseram que Mahsa iria “ter uma hora de treino sobre como usar bem o hijab” e depois seria libertada, adianta Ghajar. Ao fim de uma hora, o irmão foi à sua procura. Viu partir uma ambulância a grande velocidade sem saber que transportava a irmã. Dirigiu-se então ao hospital de Kasra, onde o informaram que Mahsa estava em coma e não sobreviveria. “Ela entrou saudável na carrinha; como acabou morta?”, questionou o irmão.
Médicos legistas oficiais justificaram que Mahsa morrera de “ataque cardíaco” e garantiram que “não havia sinais de ferimentos na cabeça e no rosto”. Sem relatório da autópsia, a família alega que a jovem, sempre saudável, foi espancada violentamente. O pai arranjou um advogado porque o regime está a pressioná-lo a fazer “uma confissão gravada” para corroborar a versão oficial.
O funeral de Mahsa Amini foi um ponto de viragem. A partir de Saqqez, na província do Curdistão, os protestos rapidamente se alastraram a mais de 80 outras cidades iranianas, incluindo os santuários xiitas de Qom e Mashhad, berços de Khomeini e Khamenei, unindo todos os grupos étnicos, classes sociais, mulheres e homens, religiosos e ateus.
Se inicialmente, a reação do poder foi contida, enquanto o atual presidente, Ebrahim Raisi, discursava na ONU, em Nova Iorque, assim que ele regressou, imediatamente mobilizou os Guardas da Revolução e a milícia Basij, para esmagarem uma revolta em que abundam palavras de ordem como “Morte ao ditador” e “Abaixo a República Islâmica”.
Aida Ghajar está horrorizada com os números da repressão, que visam não apenas manifestantes, mas também jornalistas, sindicalistas e outros. Só em Teerão, cerca de 3000 pessoas terão sido encarceradas na terrível prisão de Evin.
Quanto aos mortos – alguns deles raparigas mais novas do que Mahsa Amini (uma delas tinha 10 anos), a ONG Iran Human Rights, com sede na Noruega, estima que totalizem “pelo menos 76, podendo ser mais”, sobretudo em regiões rebeldes, como Gilan, Azerbaijão Ocidental e Kermanshah.
Sayeh (**), que nasceu há 41 anos na cidade de Ahvaz, no Kuzestão, província na fronteira com o Iraque, no Sudoeste, onde a minoria árabe é tão marginalizada como os curdos no Noroeste, não se deixa intimidar e continua a juntar-se aos protestos em Teerão, onde hoje vive e trabalha.
É funcionária pública e está à espera de ser despedida em breve, porque insiste em denunciar “a injustiça, a hipocrisia e a corrupção” dos empregadores. “Só me falta entregar a tese para me doutorar em Direito Internacional, mas despromoveram-me de gerente a secretária, a favor de homens sem qualificação profissional, mas leais a políticos”, lamenta Sayeh, numa troca de mensagens, via Telegram.
“Abriram-me um inquérito e reduziram-me o salário a metade, porque sabem que não aceito uma posição subalterna, e porque sou contra o hijab obrigatório. Se não me renovarem o contrato, terei de viver das minhas poupanças e ajudas do meu irmão. Será duro, porque nada é fácil neste país, em particular para uma mãe solteira”.
Sayeh tem orgulho na militância política desde os tempos em que frequentou a Universidade de Ahvaz. Em 2020, chegou a concorrer ao 11º Majlis (Parlamento), mas a candidatura foi chumbada pelo Conselho dos Guardiões. Pertenceu a um partido reformista, mas hoje tem uma certeza: “Um regime totalitário não pode ser reformado”.
“No Irão ninguém faz planos de futuro”, queixa-se. “As regras são cada vez mais rígidas. O regime controla o que vestimos e como devemos rezar. Vigia-nos em espaços públicos e privados. Temos receio de nos apaixonar e amar. O pai é quem escolhe com quem nos podemos casar. Há pais a casar filhas aos 9 anos. A mulher, mesmo vítima de violência doméstica, precisa de autorização do marido para se divorciar. Às mulheres é exigido que fiquem em casa, a cuidar dos filhos e a servir os maridos. Não saem do país sem licença de um guardião masculino. A República Islâmica está a caminho de uma talibanização.”
“Quando soube que Mahsa Amini tinha morrido, enchi-me de lágrimas e de ódio”, confessa Sayeh. “Colocámo-nos no seu lugar e, naquele momento, sentimo-nos estranhas na nossa pátria, sozinhas em toda a Terra. Eu estava doente, mas a minha filha de 15 anos insistiu em que deveríamos ir para a rua protestar. ‘Temos de decidir o nosso próprio destino’, disse-me ela, e eu concordei. Porque também ela, que recusa o hijab, já antes havia sido apanhada pela Gasht-e Ershad.”
É um sentimento partilhado pela fotógrafa Nahid, que se lembra de como ficou em choque ao saber da morte brutal de Mahsa Amini. “Podia ter sido a minha irmã ou a minha mãe. Eu própria já fui detida tantas vezes. E tantas vezes tive de correr para escapar às garras desta polícia”.
Nahid e Sayed estão convencidas de que os atuais protestos não são como outros que, depois de reprimidos, caíram no esquecimento. “Desta vez, as mulheres estão na liderança, e se o regime não capitular, também não nos renderemos”, acredita Nahid. “Vamos inspirar outras mulheres.”
Sayed também realça que esta revolta é diferente. “O regime não está disposto a ceder em termos sociais, económicos e de segurança. Pelo contrário, fechou espaços alternativos, deixando as pessoas sem esperança. Também não faz concessões quanto ao acordo nuclear, porque sabe que as sanções internacionais só beneficiam e enriquecem quem está no poder. Esperam-nos um rio de sangue e dias amargos. Mas tenho a certeza de que este movimento de mulheres é o prelúdio de mudança do futuro do Irão.”
Nos Estados Unidos, para onde se mudou em 1978, antes de o país natal se transformar numa teocracia, a iraniana-americana Haleh Esfandiari recorda que esta é a segunda vez em que as mulheres “estão na linha da frente” dos protestos contra a imposição do hijab. A primeira grande marcha foi em 8 de Março de 1979, Dia Internacional da Mulher. “Já nessa altura foram agredidas por vigilantes.”
Podem as manifestações atuais levar a mudanças mais do que simbólicas, como retirar das ruas as carrinhas verde-branco da Gasht-e Ershad? “É muito cedo para dizer, mas, para o regime, é um aviso do quão grande é a insatisfação da nova geração”, responde-me, por e-mail, a autora de My Prison, My Home, as memórias dos 110 dias que esteve em isolamento na cadeia de Evin, em 2007, sob a acusação de espionagem, quando foi visitar a mãe de 93 anos.
Esfandiari, ex-professora de Língua Persa na Universidade de Oxford e fundadora do Programa de Médio Oriente no Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington, estudou durante vários anos o impacto da revolução islâmica sobre as mulheres iranianas.
Em Reconstructed Lives: Women & Iran’s Islamic Revolution, reconhece que “muitas tinham grandes expectativas”, mas logo perceberam que “teriam de recuperar os direitos perdidos e muito mais”. Uma das mulheres que ela entrevistou conta como preferiu “submeter-se a 70 chicotadas do que assinar uma declaração falsa de que se vestia como uma prostituta”.
Nos últimos 43 anos, salienta Esfandiari, “são palpáveis as conquistas das mulheres iranianas”, sobretudo no campo da educação. “Não porque o regime seja benévolo, mas porque se recusaram a ficar em casa e a abdicar do que haviam conseguido. O progresso e o sucesso obtidos desde a revolução são exclusivamente obra das mulheres.”
Para esta académica, apesar de o hijab continuar a ser “a medida com que a República Islâmica mede a sua legitimidade”, a realidade é que “a obsessão com os corpos e a aparência das mulheres tem sido um fracasso”, e a morte de Mahsa Amini comprova-o. “Nada indica que vai acabar o assédio nas ruas, as prisões, a tortura e a morte, mas as mulheres iranianas continuarão a sua luta pela igualdade e liberdade de escolha.”
Sanam Vakil, autora de Action and Reaction: Women and Politics in Iran e vice-diretora do programa de Médio Oriente e Norte de África na Chatham House, em Londres, está também pessimista quanto à resposta do regime. “O Presidente Raisi vem de um campo conservador e, para preservar o poder, importa-lhe reforçar as leis islâmicas”, explica-me, por e-mail, a iraniana que é também professora na School of Advanced International Studies (SAIS) da Universidade Johns Hopkins, em Bolonha, Itália.
O mesmo acontece com Ali Khamenei: “Ele e a linha dura que o rodeia acreditam que só a repressão lhes assegura autoridade e controlo. A legitimidade advém do monopólio da força. O compromisso, para ele, equivale a fraqueza.” No entanto, “mesmo que o regime continue a fechar portas, a sociedade civil encontrará meios de abrir janelas”, conclui Vakil.
Em 1979, Mohammad Reza Pahlavi preferiu largar o trono a resistir aos que o derrubaram. No site The Intercept, o analista Murtaza Hussain não augura nada de bom para a República Islâmica. “O Irão está tão isolado do resto do mundo que os seus líderes têm poucos lugares preciosos para onde fugir. E a crescente repressão interna indica que prefere a destruição total do país (…) a uma transferência pacífica de poder. Mesmo que se forme um movimento de oposição credível no exterior, não existe nenhum no interior.”
Haleh Esfandiari não acredita no prognóstico de alguns exilados de que “a República Islâmica está condenada a desaparecer”. Enquanto trabalhadores, organizações governamentais, setor privado e o bazar [cujo financiamento foi crucial para a queda do Xá] não derem as mãos, não vejo iminente o colapso do regime.”
É uma análise que não difere da do iraniano Karim Sadjadpour, do Carnegie Endowment for International Peace, em Washington. “Não duvido que haja fissuras internas e apetite para uma mudança fundamental dentro da sociedade”, disse Sadjadpour a Fareed Zakaria, na CNN. “mas para uma sublevação popular ser bem-sucedida não bastam as pressões de baixo, são necessárias pressões no topo. Até agora, não vemos isso no Exército ou nos Guardas da Revolução.”
“Há, porém, uma incerteza: a saúde frágil de Ali Khamenei.” O que acontecerá quando ele morrer? Será substituído por um líder fraco ou forte? “O mais provável”, vaticina Sadjadpour, “é a ascensão de alguém do aparelho militar, que substituirá o nacionalismo xiita pelo nacionalismo iraniano.”
(*) Pseudónimo para proteger a identidade da entrevistada.
(**) Sayeh pediu que não se revelasse o seu apelido
De Reza a Raisi: Sem véu e com véu
Em 8 de janeiro de 1936, Reza Khan, o fundador da dinastia Pahlavi, tomou uma decisão cujas ondas de choque ainda hoje abalam o Irão; emitiu um decreto, Kashf-e hijab, para proibir o lenço e a capa que ocultavam o rosto, o cabelo e o corpo das mulheres. A polícia recebeu ordens para multar as desobedientes, “confiscar véus valiosos ou arrancá-los à força”. Dia e noite, agentes patrulhavam as ruas “munidos de tesouras” para rasgar os chadors.
Esta “emancipação à bruta” escandalizou não só as muçulmanas conservadoras nas áreas rurais (80% da população), mas também a antiga elite Qajar, próxima do clero xiita. Para um aristocrata, “ver estranhos a apalpar a sua mulher em público era uma desonra”. Para as mulheres, retirar o véu era “ofensa à castidade”. A maioria isolou-se em casa e retirou as filhas da escola.
Reza Khan queria transformar o Irão num país moderno e secular, e a verdade é que ofereceu oportunidades de educação e emprego às mulheres, principalmente em centros urbanos, mas, a curto e longo prazo, estas políticas tiveram um impacto reduzido devido à sua “força arbitrária”.
Mohammad Reza Pahlavi, o imperador que sucedeu ao pai em 1941, deu às mulheres a opção de usar ou não véu, minissaia ou manteau, e até de se desnudarem em palco, alargando horizontes da cultura à política. Em 1963, as mulheres conquistaram o direito de voto e a ser eleitas para o Parlamento e governos locais. O país ganhou, pela primeira vez, duas ministras e várias ministras-adjuntas, diretoras-gerais e embaixadoras.
Em 1967, graças às novas deputadas, foi aprovada uma histórica Lei de Proteção da Família, que retirou aos homens o monopólio do poder no que toca ao casamento, ao divórcio e à tutela dos filhos. Até 1978, o “rei dos reis” ofereceu “igualdade de direitos, crescimento económico e desenvolvimento urbano”, mas a sua polícia secreta, SAVAK, também instituiu um sistema repressivo que silenciava os críticos, fossem comunistas do Tudeh ou nobres no palácio, o que abalou a sua legitimidade política.
Em 1979, quando o ayatollah Khomeini, exilado em Paris, voltou à pátria para derrubar 2500 anos de monarquia e instaurar o “governo do jurista” (velayat-e faqi), na vanguarda da revolução islâmica contra a “ocidentoxicação” estavam milhões de mulheres. Esperavam “uma expansão, não uma contração” dos direitos adquiridos.
Rapidamente perderam as ilusões. O primeiro alarme surgiu nas montras das lojas, quando os manequins perderam cabeças e olhos, o vermelho dos lábios e as unhas pintadas, porque era preciso “obliterar toda a identidade feminina”.
Imediatamente, o chador negro tornou-se o uniforme oficial das mulheres em cargos oficiais. Em 1983, a partir dos 7 anos, o hijab passou a ser obrigatório. Quase todas as leis, incluindo a da Proteção da Família, foram desmanteladas ou suspensas. Um novo código penal instituiu o apedrejamento até à morte por adultério ou 70 chicotadas por infringir o código de “vestuário modesto”.
Das subsequentes vagas de execuções, uma das vítimas foi Farrokhroo Parsa, primeira mulher a exercer uma pasta ministerial (Educação), fuzilada em 8 de maio de 1980, em Teerão. Da prisão escreveu aos filhos: “Recebo a morte de braços abertos. Não aceito usar o chador e recuar na história.”
É certo que as mulheres retiveram o direito de votar e ser membros do Parlamento, mas o topo da hierarquia é inalcançável. Encheram as universidades (são mais de 60%), mas negaram-lhes profissões como juíza. Shirin Ebadi, que seria Prémio Nobel da Paz em 2003, resignou-se à posição de advogada, apesar de, ao início, não lhe parecer “de modo nenhum contraditório” apoiar Khomeini, que “escondia sob o manto da religião a sua luta contra as verdadeiras injustiças”.
Os velhos de turbante que, inadvertidamente, introduziram as mulheres no espaço público quando as exortaram a participar nas marchas contra o Xá e a votar no referendo que criou a República Islâmica, e quando precisaram delas para ser o ganha-pão enquanto homens e meninos morriam na guerra com o Iraque, não esperavam que elas se mostrassem tão intrépidas. Sobretudo não as mais devotas, confortáveis nos seus hijab e chador, que aproveitaram uma educação “ocidentalizada” para defender o que hoje designam por “feminismo islâmico”, numa irmandade com o “feminismo secular”.
Na luta contra oito governos misóginos nos últimos 43 anos, talvez o adversário mais feroz das mulheres iranianas seja o atual presidente, Ebrahim Raisi. Foi ele quem reforçou as políticas que vigiam, perseguem e matam quem, como diz o poeta Sadegh Sarmad, “fugiu da gaiola e quebrou as asas, mas continua a voar”.
As fotos deste segundo artigo ilustram a primeira grande manifestação contra a imposição do hijab no Irão, no dia 8 de Março de 1979, ano da revolução islâmica de Khomeini.

© Zuma Press | Wall Street Journal
Estes dois artigos foram originalmente publicados na edição de 6-12 de Outubro de 2022 da revista VISÃO | These two articles were originally published in the Portuguese news Magazine VISÃO, 6-12 October 2022 edition