Eu e outros | Me and others

ANOP 1979
© Artur Margalho

Teerão, Julho 1989 | Tehran, July 1989 
© Teresa Mendes

(…) Quero na minha qualidade de Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações saudar a publicação desta nova edição do ‘Dicionário do Islão’, incentivar a sua difusão na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (…) e incitar a autora, mas também a editora, e aliás os ‘media’ em geral, a organizarem acções pedagógicas em torno deste ‘Dicionário’, por forma a que um público tão vasto quanto possível possa beneficiar do processo de instrumento de pedagogia, agora disponível, em prol do reforço das nossas democracias multiculturais e de uma cultura de tolerância e paz.

Jorge Sampaio Ex-Presidente de Portugal e antigo Ato Representante da Aliança das Civilizações (ONU) – In: Prefácio do Novo Dicionário do Islão, 24 Junho 2010

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Não é verdade que um dicionário seja apenas e só uma obra de referência, daquelas que não se podem ler de seguida e precisam de uma dúvida prévia para que as páginas se abram. Conheço uns quantos que li de cabo a rabo e tenho alguns, relativamente recentes, ali a olharem para mim.

Por exemplo, o ‘Dicionário de Mitos’ (traduzido), de Carlos García Gual, ou o ‘Dictionary of Imaginary Places’, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi. Outro será o ‘Novo Dicionário do Islão’, da jornalista Margarida Santos Lopes, que retoma e desenvolve em 450 páginas uma edição anterior. (…).

Num tempo em que falar ou escrever de ou sobre o Islão – muitas vezes de cor – se tornaram práticas banais e bastante frívolas, é sempre bom aprender aquilo que se não sabe, desfazer dúvidas, esclarecer mal-entendidos, estabelecer ligações impensadas, para não dizermos tolices ou pegarmos descuidadamente o fogo a explosivos.

(…) Aprende-se muito, de facto, como este ‘Novo Dicionário’. Editado com um prefácio de Jorge Sampaio, que não se esquece de o qualificar, com propriedade, como instrumento ’em prol do reforço das nossas democracias multiculturais e de uma cultura de tolerância e paz’.

Rui Bebiano Historiador, professor de história contemporânea no Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais, In: Blogue A Terceira Noite (O Islão na palma da mão), 26 de Outubro de 2010

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Poucas são as obras publicadas por autores portugueses sobre o Islão, e menos as que têm como preocupação central esclarecer conceitos e clarificar mitos. O Novo Dicionário do Islão, da autoria da jornalista Margarida Santos Lopes, é uma delas e, por isso, uma referência. Trata-se da reedição da obra publicada, pela primeira vez, em 2002, com um esforço de inclusão de um mais vasto número de conceitos, personalidades e referências históricas. (…)

Tendo como ponto de partida a interrogação ‘Porque é que o islão atrai e amedronta?’, a autora lista várias centenas de conceitos, personalidades, eventos históricos e lendas, que procura esclarecer tendo como base uma extensa lista bibliográfica (útil a quem pretende aprofundar os conhecimentos) e informações obtidas em entrevistas a 30 especialistas na temática do islão. O ‘Novo Dicionário do Islão’ é, por isso, uma obra a consultar, para esclarecer dúvidas e inquietações.

Ana Santos Pinto Investigadora do IPRI – Universidade Nova de Lisboa, In:  Relações Internacionais  nº 31, Lisboa Setembro 2011

MSL - Iran 1991

Teerão, Junho 1991 | Tehran, June 1991

 (….) Convém sempre saudar a publicação de obras como esta que, dando uma visão panorâmica do vasto universo da cultura islâmica, oferecem aos leitores instrumentos de compreensão e de respeito por esta cultura, possibilitando que a nossa curiosidade pelo Islão ultrapasse estereótipos e generalizações que, mais do que inexactas – que efectivamente o são –, representam um perigo largamente tributário do desconhecimento. É também neste sentido que o livro de Margarida Santos Lopes constitui uma aposta ganha.

David Teles Pereira In: Ípsilon/PÚBLICO, 1 Julho 2011

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O “Novo Dicionário do Islão”, de Margarida Santos Lopes [é] uma versão corrigida e aumentada (a primeira foi publicada em 2002), onde se apresentam conceitos, personagens e histórias associadas à religião que teve origem na revelação de Maomé. Nestas páginas, Islão (fé) não é igual a islamismo (ideologia); e os islamitas (crentes) nem sempre são islamistas (combatentes da ‘jihad’). Para alguns, o termo ‘islamista’ é uma heresia linguística, mas este livro preocupa-se mais com o neologismo que caracteriza o medo e a discriminação dos muçulmanos: ‘islamofobia’ (…) Para quem pretende perceber o Islão, esta é uma obra fundamental. Para um Bahá’í, este livro é de referência obrigatória, pois ajuda a compreender o mundo e as circunstâncias em que nasceu a Fé Bahá’í.

Marco Oliveira In: Blogue Povo de Bahá, 29 de Setembro de 2010

Primeira entrevista com Yasser Arafat, Novembro de 1991, Tunes | First interview with Yasser Arafat, Tunis, November 1991
© PLO Information Center

Ao longo dos anos, Margarida Santos Lopes tem sido nas páginas da secção Internacional do jornal PÚBLICO uma espécie de embaixadora residente no Médio Oriente e, em particular, na questão palestiniana. Tem-no feito com uma capacidade narrativa das notícias e simultaneamente uma capacidade interpretativa e explicativa que são uma das imagens de marca da secção e do próprio jornal. (…) Tenho sido leitor infalível e testemunha privilegiada do trabalho de Margarida Santos Lopes.

Pude assim dar-me conta, sem esforço, do modo como aos poucos ela foi indo cada vez mais além, na sua tentativa de entendimento e explicação de uma questão que ocupa os noticiários internacionais, em termos diários, há décadas, tornando-se numa espécie de questão eterna e jamais resolúvel. Mais tarde ou mais cedo, pareceu-me sempre, chegaria o dia em que ela poria cá fora, de uma outra e mais elaborada forma, o resultado da sua persistência, da sua teimosia, de querer ver algo o que, aos olhos de quase todos, é nebuloso, repetitivo e confuso. Que quereria um dia ver e explicar para além das aparências adquiridas, dos princípios inabaláveis ou das verdades assentes que temos na matéria. (…)

No livro de Margarida Santos Lopes estão repetidas as questões que um leitor ‘comum’ se põe e que um leitor ‘esclarecido’ se deve pôr. (…) Ao debruçar-se meticulosamente sobre a personalidade e a biografia de Arafat, a autora é também fatalmente arrastada para o fascinante teatro de operações que é todo o Médio Oriente e o mundo árabe. (…) Não é um romance ou é mais do que um romance: é o relato, o romance da vida de uma homem que foi notícia durante os últimos 30 anos da nossa vida. (…)

O facto de  – sobretudo nos tempos que correm – ser um livro que se lê como se fosse um livro de aventuras e onde, a cada passo, se recolhe informações que desinquietam a nossa instalada ignorância, em lugar de ser, como tantos outros, um mero exercício académico de tese sobre a excelência das ideias  ou do estilo literário do autor, para consumo interpares, faz deste ‘Arafat’ um trabalho raro em Portugal.

Miguel Sousa Tavares Jornalista e escritor, In: Prefácio de Arafat – A Pedra que os Palestinianos Lançaram ao Mundo

ARAFAT NA SUITE DO HOTEL RITZ EM LISBOA

Yasser Arafat, entrevista em Lisboa, Abril 2000 | Yasser Arafat, Interview in Lisbon, April 2000
© Adriano Miranda

O Médio Oriente, confuso, diverso, denso, irresistível, aparece, em fresco, nesta biografia de Yasser Arafat, a primeira publicada em português. É uma obra notável, rara, sábia e espantosamente isenta. A vida de um homem que participou da História cruza-se com a de uma jornalista que foi assistindo a ela.

Pedro Rosa Mendes Escritor e jornalista, In: Livros (A pedra ambígua), antigo suplemento do jornal PÚBLICO, 18 de Junho de 2003,a propósito de Arafat: A Pedra que os Palestinianos Lançaram ao Mundo

PHOTO C

Com a Prémio Nobel da Paz Shirin Ebadi em Lisboa, Setembro de 2009 | Interview with Iranian Nobel Peace Prize Shirin Ebadi, in Lisbon, in September 2009
© Enric Vives-Rubio

Não sei como se dão os prémios de jornalismo. Desconfio que são os jornalistas que têm de passar pela vergonha de candidatar-se. É à Egas Moniz: sem corda ao pescoço. Pois eu proponho já Margarida Santos Lopes. Sabe-se lá por que combinação sobrenatural de talento, brio e técnica, ela não entrega um texto normal há mais de cinco anos. São todos excelentes.

Por muito que se procure. Não sei que pacto é que ela fez para lhe sair tudo tão bem. Mas a julgar pela alma com que escreve, o diabo não há-de ficar mal servido (…) A MSL é a YSL do jornalismo português. Consegue fazer reportagens com ela lá dentro em que só se dá por ela na medida exacta em que deve entrar: como uma testemunha especial que vê por dentro e por fora. (…)

Grrrr! Grrrr, sim, mas graxa também, a ver se ela me dá essa fórmula secreta, de como misturar, com tanta elegância e pontaria, o álcool do eu como o sumo objectivo dos factos, sem nunca cair na tentação de apor um micro-cahapeuzinho-de-sol. Mais uma cereja sim. Como deve ser.

Miguel Esteves Cardoso Escritor e jornalista, In: PÚBLICO (Mais uma cereja sim) , 12 de Maio de 2009

PHOTO C

Com Emad Burnat, realizador palestiniano do documentário nomeado para um Óscar 5 Broken Cameras, na sua aldeia de Bi’lin, na Cisjordânia, em 30 de Maio de 2013.  | With Emad Burnat, Palestinian director of Oscar-nominated documentary 5 Broken Cameras, in his village of Bi’lin, West Bank, on May 30, 2013. 
© Udi Goren

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