Primeira-dama da China é ícone pop-folk, não segredo de Estado

Uma soprano que louva a glória do Império do Meio e o amor à moda antiga, Peng Liyuan já era celebridade quando o marido ascendeu a Presidente. Agora, como primeira-dama, irá ela ficar na sombra de Xi Jinping ou impor a sua influência como general, crente no budismo tibetano e com família em Taiwan? (Ler mais | Read more…)

Peng Liyuan começou a estudar canto aos 14 anos numa academia em Shandong, província onde nasceu. No Conservatório de Pequim, completaria um mestrado em etnomusicologia. Foi o primeiro naquela época. Algumas canções misturam folclore do Cazaquistão ou do Tibete com música electrónica
© Xinhua | NPR

No primeiro encontro com Xi Jinping, em 1986, Peng Liyuan, 24 anos, removeu a maquilhagem e trocou os vestidos bordados por uma farda desgastada. Queria saber se ele, de 32, não a julgava “pela aparência exterior”, embora ela tivesse reparado no seu “aspecto desleixado e envelhecido”.

Ficou surpreendida por ele desconhecer que ela era uma soprano famosa e enternecida quando a inquiriu sobre técnicas vocais em vez de perguntar quanto ganhava – como outros pretendentes. Concluiu ela: “É o homem dos meus sonhos, inteligente e honesto.” Disse-lhe ele: “Menos de 40 minutos depois de te conhecer, sabia que serias minha mulher.”

O que ele não sabia é que ela, que fez estas revelações a vários jornais e revistas, em 2007, seria fundamental para ele chegar a secretário-geral do Partido Comunista (PCC) e Presidente da China: tomou posse a 5 de Março, sucedendo a Hu Jintao.

Tão célebre é a nova primeira-dama que, em Fuzhou, capital da província de Fujian, onde ambos tiveram o primeiro rendez-vous, os habitantes ainda hoje ironizam: “Quem é Xi Jinping? Ah, já sei: é o marido de Peng Liyuan.”

Ke Lingling, filha de um antigo embaixador em Londres, foi a primeira mulher de Xi, quando ele era secretário do ministro da Defesa Geng Biao, forçado a demitir-se, em 1982, por ter dito que a China não colocaria tropas em Hong Kong quando a Grã-Bretanha devolvesse a soberania do território. Sem filhos, Ke e Xi divorciaram-se, ao fim de dois anos de união infeliz.

Ele desistiu de seguir carreira em Pequim e pediu transferência para as províncias. Serviu primeiro em Xiamen, onde conheceu Peng, na casa de amigos mútuos, e depois em Fuzhou, onde a popularidade artística dela inverteu o declínio político dele.

O casal presidencial chinês durante uma visita de Xi Jinping ao Vietname. Ela era mais conhecida do que o marido, e os chineses comentariam: “Quem é aquele ao lado de Peng Liyuan?”
© Mark Schiefelbein | AP

Xi foi aceite pelos pais de Peng com relutância, mas prevaleceu a opção dela – simbólico num país onde os parceiros nem sempre são escolhas individuais. Casaram-se a 1 de Setembro de 1987.

Quatro meses depois, ela estava em digressão pelos Estados Unidos e Canadá, passando mais tempo em Pequim do que em casa, em Fuzhou. Ele falhou o nascimento da única filha, Xi Mingze, no Verão de 1992, para dirigir as equipas de auxílio após um forte tufão que assolara Fuzhou. [Xi

Passam muito tempo separados, mas quando estão juntos tratam-se como iguais. “Quando ele chega a casa, não falo com o chefe de Estado; é apenas o meu marido”, disse ao jornal estatal Zhanjiang Evening News.

“Quando eu chego a casa, ele não pensa em mim como uma superestrela; aos seus olhos, sou apenas a sua mulher.”

Apesar de várias comparações no Ocidente, não há expectativas de que este venha a ser um casal como Carla Bruni-Nicolas Sarkozy, que já deixou o Palácio do Eliseu em Paris, ou Michelle-Barack Obama, que se mantém na Casa Branca, em Washington.

Mas também poucos desejam que a cantora que glorifica a pátria seja ocultada como um segredo de Estado. Em Fevereiro passado, surgiram rumores de que Peng não acompanhou Xi aos Estados Unidos porque “o poderia ofuscar”.

À medida que o taciturno Xi Jinping se aproximava da liderança suprema, a diva Peng Liyuan, que é general de duas estrelas, foi diminuindo o número dos seus concertos, que totalizavam uma média anual de 350 e incluíram digressões por 50 países. Agora é “directora artística” da banda militar, presente nos bastidores mas não nos palcos.
© He Hao | China Fotopress

É certo que à medida que o taciturno Xi se aproximava da liderança suprema, a diva Peng foi diminuindo o número dos seus concertos, que totalizavam uma média anual de 350 e incluíram digressões por 50 países. Agora é “directora artística” da banda militar, presente nos bastidores mas não nos palcos.

A sua última actuação, no programa mais visto da televisão estatal (CCTV), a gala do Ano Novo chinês – onde ganhou celebridade, logo na estreia em 1983 – foi em Janeiro de 2008. Com dezenas de bailarinos rodopiando à sua volta, deslumbrou entoando hinos tradicionais (90% do repertório, como Bordando a bandeira vermelha ou Na planície da esperança) e canções românticas que cativam a velha e a nova gerações.

Das 23 galardoadas com o primeiro Prémio de Arte Chinesa, no valor equivalente a mais de 120 mil euros, em 2011, Peng Liyuan começou a estudar canto aos 14 anos numa academia em Shandong, província onde nasceu. Mais tarde, no Conservatório de Pequim, completou um mestrado em etnomusicologia.

“Foi o primeiro naquela época”, destaca Oliver Chou, redactor principal de Cultura do jornal South China Morning Post (SCMP), numa curta entrevista que nos deu, por e-mail. “O seu estilo de canto é único, ao fundir sonoridades da pop e da folk, conseguindo com isso uma nova composição.”

Algumas canções misturam, por exemplo, folclore do Cazaquistão ou do Tibete com música electrónica, o que o compositor Josef Fung, que colaborou com ela, gabou como “avant-garde para os cânones chineses”.

Peng Liyuan é tão venerada pelos fãs que eles a apelidaram de “Fada Peónia”, alusão à flor nacional da China. O percurso artístico evoca o de Jiang Qing, quarta mulher de Mao Zedong que foi actriz em Xangai e deixou memórias tenebrosas, devido ao seu papel perverso na Revolução Cultural (1966-1976)
© BBC

“Para conquistar o estrelato, também contribuiu o facto de Peng ser militar, porque o papel destes ainda é exemplo de disciplina e rectidão política”, acrescentou Chou, do SCMP. A nova primeira-dama ingressou no Exército Popular de Libertação, em 1980, aos 18 anos, e é actualmente general de duas estrelas. Nos seus espectáculos, ela alternava o guarda-roupa entre a farda da tropa e volumosos trajes étnicos das várias regiões da China.

Peng Liyuan tornou-se tão venerada pelos fãs que a apelidaram de “A fada peónia”, numa alusão à flor nacional da China. O percurso artístico evoca o de Jiang Qing, quarta mulher de Mao Zedong que foi actriz em Xangai e deixou memórias tenebrosas, devido ao seu papel perverso na Revolução Cultural (1966-1976).

Oliver Chou afasta eventuais receios. “Madame Mao tinha uma personalidade singular, tal como Mao – eram um casal incomparável”, comenta, nesta entrevista, o crítico de música do SCMP.

“Os tempos eram outros, e é quase impossível que Xi e Peng repitam o que fizeram os antecessores”, acrescentou. “Se Xi consolidar uma administração imaculada e simples, Peng seguirá o mesmo modelo. Um sinal da mudança dos tempos é a filha de ambos ser aluna em Harvard”, nos Estados Unidos.

Jiang Qing e o ditador da frase “As mulheres detêm metade do céu” deixaram cicatrizes na família de Peng: o pai foi perseguido como “contra-revolucionário” por ter integrado o exército da República da China (ROC, na sigla inglesa, hoje confinada a Taiwan), onde ela ainda tem família, incluindo um irmão, adianta Chou.

Devido à má reputação da líder do “Bando dos Quatro“, facção do Partido Comunista a quem é atribuída a responsabilidade pela morte de milhares de pessoas, as primeiras-damas em Pequim permaneceram na obscuridade nas últimas três décadas.

Por exemplo, Liu Yongqing, mulher de Hu Jintao, nunca falou em público e muitos chineses nem sabem o seu nome. Wang Yeping viajou algumas vezes com Jiang Zemin (predecessor de Hu) para o estrangeiro, mas era descrita como “acompanhante silenciosa e invisível”.

Outra referência de primeira-dama poderosa, para os chineses, é Soong May-ling, mulher de Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang que travou uma guerra civil com os comunistas, a partir de 1927, após suceder a Sun Yat-sen, primeiro Presidente de Taiwan. Madame Chiang conheceu o “generalíssimo” em 1920. Casaram-se em 1927. O marido, que já fora casado, era mais velho 11 anos. Estiveram juntos 48
© grangeracademic.com

Além de Jiang Qing, designada pela Newsweek como “parte do legado tóxico de Mao”, outra referência de primeira-dama poderosa, para os chineses, é Soong May-ling, mulher de Chiang Kai-shek, líder do partido nacionalista Kuomintang que travou uma guerra civil com os comunistas, a partir de 1927, depois de suceder a Sun Yat-sen, fundador e primeiro Presidente da República da China (Taiwan).

Madame Chiang, que era cunhada de Sun, conheceu o “generalíssimo” em 1920. Casaram-se em 1927. O marido, que já fora casado, era mais velho 11 anos. Estiveram juntos 48, sem filhos. Membro do Parlamento de 1930 a 1932, Soong co-fundou o Movimento Nova Vida, para combater o comunismo através de uma mescla de nacionalismo, confucionismo e cristianismo.

Em 1945, já integrava o comité central executivo do Kuomintang, o que lhe permitiu participar em encontros confidenciais com Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Josef Estaline. Distinguiu-se também como mentora de um projecto megalómano, que foi a criação de orfanatos, dotados de todas as infra-estruturas, de salas de aulas e dormitórios, a parques de jogos e piscinas, para filhos de soldados mortos na guerra.

Aparentemente, menos ambiciosa e mais modesta, Peng Liyuan deverá centrar a sua acção no campo da filantropia. Tem sido bem recebida em deslocações pelo país, primeiro como voluntária, em 2006, de um plano governamental contra a sida – que afectará mais de 1,5 milhões de chineses e permanece um estigma.

Em 2011, foi nomeada embaixadora da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a prevenção daquela doença e da tuberculose.

“De um ponto de vista político, foi arriscado”, admitiu Johanna Hood, investigadora na Australian Nacional University, citada pelo site da emissora norte-americana NPR.

“Ela lidou com a questão muito bem, sem nunca se envolver na parte política. É uma mulher extremamente talentosa, muito culta e influente. É perfeita para desempenhar, no futuro, um papel modelo.”

Wang Yeping viajou para o estrangeiro algumas vezes com o marido, o presidente Jiang Zemin, mas era descrita como “acompanhante silenciosa e invisível” (Na foto, o casal presidencial chinês com George W. e Lara Bush)
© Wall Street Journal

Peng também participa, desde 2009, nas campanhas da Associação Chinesa para o Controlo do Tabaco. “Ela não se mantém distante das pessoas”, elogiou, ao jornal The Washington Post, Zhang Ying, membro de uma organização não-governamental (ONG) que trata de crianças cujos pais morreram de sida, na província de Anhui.

“É uma pessoa terra-a-terra, simples no diálogo com as populações, muito paciente.” Num restaurante numa outra província, Zheijiang, a dona do estabelecimento, salientou o tempo que Peng ficou à espera de mesa, porque desconhecia a necessidade de fazer reserva.

“Bastava que ela dissesse aos empregados que era mulher do secretário-geral [do partido] para passar à frente dos outros clientes, mas ela apareceu irreconhecível e não mencionou o parentesco.”

Em Taipé, onde é professor no Graduate Institute of International Affairs and Strategic Studies da Universidade de Tamkang, Chong-Ping Lin, diz que o entusiasmo à volta da nova primeira-dama é maior no resto do mundo do que na China.

“Aqui, até a mudança de líderes foi recebida com apatia”, disse-nos, numa conversa por telefone. “Os chineses estão mais preocupados com questões que afectam directamente as suas vidas, como a corrupção, que Xi Jinping prometeu combater, e a poluição.”

No entanto, realça o antigo vice-ministro da Defesa Nacional de Taiwan e primeiro vice-presidente do Mainland Affairs Council (responsável pelos contactos com Pequim), “é preciso não esquecer que a senhora Peng é general do Exército e exerce influência sobre o marido”.

Onde isso é mais notório, observou Chong-Ping Lin, é na crescente aproximação ao budismo tibetano num Estado onde o ateísmo tem sido a ideologia política.

“Peng Liyuan professa, assumidamente, o budismo tibetano e, em 2006, foi crucial para a organização da primeira conferência sobre esta crença religiosa na província de Sichuan”, refere o académico e antigo político taiwanês.

“Informações que me chegam do Ministério da Segurança em Pequim indicam que dos 1400 milhões de chineses são já 530 milhões os que seguem o budismo tibetano – e um deles é Hu Jintao.”

Liu Yongqing, mulher de Hu Jintao, o sucessor de Jiang Zemin, nunca falou em público e muitos chineses nem sabem o seu nome
chinatoday.com

De notar também, segundo o professor em Taipé, que o novo Presidente, engenheiro químico com pós-graduação em Humanidades e Ciências Sociais, é filho de um herói comunista, Xi Zhongxun (1913-2002), que mantinha, supostamente, laços estreitos com o Dalai Lama. Isso não significa, contudo, que a prioridade seja resolver o contencioso com o Tibete.

“Há três linhas de acção que terão prevalência: o combate à corrupção, que afecta não só a sobrevivência do partido como a estabilidade do país; a aplicação de reformas económicas, em particular, a possibilidade de os cidadãos poderem contrair empréstimos em bancos privados; e uma melhoria dos laços diplomáticos com o Japão – se o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros for [e foi] o antigo embaixador em Tóquio [2004-2007], Wang Yi, que é fluente em japonês [e tem participado nas negociações com a Coreia do Norte], isso sinalizará a vontade de resolver diferendos com os vizinhos.”

Quanto a Taiwan, Chong-Ping Lin evita falar dos familiares que Peng Liyuan ainda tem na ilha que os portugueses chamaram Formosa (“não posso adiantar nada”), mas afirma que Xi Jinping não vai precisar da mulher para consolidar a presença da China no território que ainda disputa.

“Basta referir que 20% do centro de Taipé já foi comprado por grandes grupos económicos chineses – há muitas maneiras de Pequim chegar a Taiwan.”

Se Xi levar consigo Peng nas visitas oficiais ao estrangeiro, o académico taiwanês acredita que o maior beneficiário será o Presidente. E ironiza: “O seu papel sairá reforçado porque será ela, célebre e cosmopolita, a dar-lhe visibilidade. O impacto que ela tiver fora será sentido dentro – uma questão de exportação/importação. Quanto à condição das mulheres chinesas, é imprevisível o efeito que poderá vir a ter, não se conhecendo, na primeira-dama, qualquer faceta feminista.”

Inquirida sobre esta questão (a organização oficial All-China Women’s Federation detectou “uma melhoria significativa de 2,3%” desde o Congresso do PCC em 2007 – há agora 23 mulheres entre os 2270 delegados), a historiadora Dorothy Ko, da Barnard College na Universidade de Columbia (EUA), respondeu-nos: “Temos de reconhecer mudanças históricas resultantes de políticas adoptadas desde o início dos anos 1990.”

“Em primeiro lugar, a Reforma Agrária, que outorgou às filhas a sua parte das terras; e depois, em 1951, a Lei do Casamento, que concedeu às mulheres o direito de se divorciarem”, destaca, em entrevista por e-mail, a professora de História da mulher, do género e das culturas materiais no início da China moderna.

“Estas medidas legislativas e económicas alteraram profundamente as vidas concretas e estruturas psicológicas das mulheres”, sublinhou Dorothy Ko. “Ainda há problemas de desigualdade e opressão, mas atribuo esses (como a prostituição, o rapto de crianças, etc…), em grande medida, ao desenvolvimento do capitalismo.”

Quanto ao opróbrio que ainda recairá sobre as jovens que optam por não se casar e se dedicarem às suas profissões – o termo pejorativo “restos” é aplicado, em instâncias oficiais, às solteiras com mais de 25 anos -, Dorothy Ko coloca-o numa outra categoria.

“Creio que a pressão para as mulheres se casarem cedo e a obrigatoriedade de serem mães é ainda uma remanescência da mentalidade rural (na agricultura tradicional, mais filhos representa mais braços de trabalho)”, explica.

“As atitudes das mulheres estão a modificar-se gradualmente, em especial entre as mais cultas e com carreiras profissionais nas cidades. Tenho amigas que se sentem felizes nos seus 30-40 anos, e outras que são casadas mas não querem ter filhos.”

Xi Mingze,  única filha de Peng Liyuan e de Xi Jinping, nascida em 1982, é descrita como “a nova princesa da China”, estudante discreta em Harvard
© visiontimes.com

Xi Jinping e a sua filha, Xi Mingze, quando ela era criança em Funzhou, China
© Xinhua | New Yorker

Até que ponto Peng Liyuan pode marcar a diferença? “A China já não precisa de mais mulheres em cargos visíveis”, comenta a académica de Columbia. O PCC possibilitou – na verdade, tornou compulsivo – que as mulheres saiam de casa e tenham empregos na esfera pública, em números sem precedentes.”

“Os problemas de desigualdade de género que persistem” resultam, no entender da académica, de “duas coisas: 1) o avanço do capitalismo desde os anos 1980 e, sobretudo, desde o início dos anos 1990, quando se acelerou o ritmo da industrialização. Para corrigir o subemprego em geral e o subemprego das mulheres, é preciso uma mudança radical de políticas; 2) ainda persistem atitudes chauvinistas que desvalorizam as mulheres. A mudança cultural e a de atitudes requerem um maior investimento na educação que dure várias gerações, mas é improvável que essa mudança ocorra só por haver mulheres na liderança.”

Sobre Peng Liyuan, a conclusão da historiadora é: “Os líderes do PC Chinês deixavam as mulheres na sombra, mas Xi Jinping será um Presidente diferente. Quer cultivar uma imagem mais afável e democrática – para si próprio e para o partido. No seu primeiro dia de trabalho (do Ano Novo Chinês), visitou o Sul do país e ficou à conversa com um grupo de trabalhadores de obras públicas que não podiam celebrar as festas com as suas famílias.”

“Isso caiu bem aos olhos do público. Também pediu aos seus anfitriões que lhe servissem apenas dois pratos de comida e não os banquetes tradicionais, para evitar o desperdício de alimentos. Isto significa que Xi poderá muito bem tentar capitalizar o poder de Peng como estrela, para se mostrar mais caloroso e “virado para o povo”.

Ser uma “embaixadora da imagem”, o papel que Peng pode vir a desempenhar é muito diferente do que foi Madame Mao, cujo crime foi usurpar o poder”, conclui Dorothy Ko.

Peng Liyuan tem sido colocada, por jornais europeus e norte-americanos, nas listas de “mulheres mais bem vestidas do mundo”
© AFP | Getty Images | chinafile.com

Este artigo, agora revisto e actualizado, foi publicado originalmente no jornal PÚBLICO  em 10 de Março de 2013 | This article, now revised and updated, was originally published in the Portuguese newspaper PÚBLICO, on March 10, 2013

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