Pela primeira vez desde que começou a pintar aos 6 anos, a autora de Persépolis exibe os seus quadros. A exposição, em Paris, coincidiu com a estreia nos cinemas de La Bande des Jotas, onde Maria de Medeiros tem um (pequeno) papel. Em entrevista, a iraniana que desenha mulheres com cores de Matisse defende-se de críticas inclementes ao seu filme. (Ler mais | Read more…)
A Galeria Jérôme de Noirmont situa-se na Avenue de Matignon, no 8º Arrondissement de Paris, área onde reside uma parte da alta burguesia francesa. Só poderia ser este o lugar da primeira exposição pública das pinturas de Marjane Satrapi, bisneta do imperador persa Nasser al-Din Shah (que reinou de 1848 a 1896 e teve 100 mulheres – dando “sangue azul” a muitos iranianos) e neta de um príncipe da dinastia Qajar.
Ainda que Iggy Pop se mantenha o seu ídolo, longe vão os tempos em que, na Áustria, a adolescente Satrapi era uma anarquista punk, tão inadaptada que tentou suicidar-se, no regresso ao Irão onde ainda vivem os pais, marxistas-leninistas que conduziam um Cadillac e marchavam contra o xá Pahlavi, ansiando pela revolução islâmica, até sentirem na pele a repressão dos mullahs.
Após um divórcio e exílio em França, desde os 24 anos, a autora do multipremiado Persépolis assume-se agora, aos 43, “uma lady”, sempre insubmissa. Casou-se com um sueco, sobre quem não diz mais do que a nacionalidade.
Recusa ter filhos e quer morrer com o “corpo apodrecido” pelos cigarros Winston que fuma, um após outro, para que “os vermes de uma sociedade doente e obstinada em obrigar as pessoas a ser saudáveis” não devorem a sua “carne fresca” quando for enterrada.
Como costuma ironizar: “Podiam chamar-me ‘nazi’, nome dado a muitas raparigas no Irão, mas o significado, em farsi, é o de ‘graça’”.
Satrapi não está em Paris [a galeria encerrou em Março de 2013; a exposição de Marjane foi a última] – irá escrever-me de Berlim onde está a rodar o que designou, sem mais detalhes, por “um filme americano” –, quando entramos na galeria que já vendeu 17 dos seus 21 quadros, dez dos quais no dia da inauguração.
A visita é guiada pela amiga e curadora, Emmanuelle de Noirmont, que a convenceu a desvelar as obras que, até 30 de Janeiro [de 2013], ela resguardava no seu ateliê, na Place des Vosges, onde desenhou Persépolis, e um poster com a inscrição Fuck You acolhia os convidados.
O estilo monocromático preto-e-branco, marca registada da iraniana (com excepção nos seus livros para crianças, como Ajdar ou Le Soupir) foi substituído por uma paleta de tintas variadas. A simplicidade do traço que caracteriza cada uma das suas tiras de banda desenhada não deixa, porém, dúvidas de que este é o universo de “Marji”.
Enquanto Emmanuelle de Noirmont, porte altivo, descodifica as fontes de inspiração da artista (“o encantamento com as cenas de interior e a composição elaborada das obras de Balthus; a admiração pelas construções geométricas de Mondrian, e as cores sensuais de Matisse”), nós revisitamos Broderies (“Bordados”).
Neste livro de BD, estão nove mulheres a beber chá, numa tarde dedicada a “ventilar o coração”, ou seja, “falar nas costas dos outros”, sobre sexo, “naturalmente”. Uma das figuras mais marcantes – do enredo e da vida de Marjane Satrapi – é a trisavó, pintora, poeta “e uma pessoa escandalosa”.
No catálogo da exposição, Satrapi entrelaça o afecto: “Há 80 anos, no Irão, ela casou-se com um general do exército, meio século mais velho.
Na noite do casamento, antes do acto sexual, fingiu ter uma súbita vontade de ir à casa de banho (no exterior), saltou o muro e fugiu para casa de uma tia. (…). A minha trisavó não voltou a casar-se e dizia que era 100 vezes mais interessante ser amante de um homem casado do que engomar as camisas de um marido”.
“Foi estudar pintura para a Suíça [onde se tornou amante de um ministro]. Eu era filha única e gostava mais de estar com adultos do que com crianças. Por isso, passava todos os fins-de-semana com ela.”
“Não só ela me deixava ‘pintar’ em todas as superfícies possíveis, incluindo paredes, como contava histórias – sobre amor e amores, paixão e vingança, Europa e Irão. Eu desenhava e sonhava durante o dia. Esses encontros, aos fins-de-semana, são a base de várias histórias que tenho vindo a contar.”
Três meses depois de um cancro lhe ter batido à porta, a trisavó mandou chamar Marjane ao hospital. “ Eu tinha 6 anos”, relembra. “Ela olhou-me e disse-me: ‘Pela forma da tua testa, serás pintora, escritora ou as duas coisas.’ Tínhamos testas iguais. Poucos dias depois ela morreu. Desde então, tenho vivido com ela no meu espírito (…) e, tal como numa tragédia grega, o meu destino ficou selado: estava condenada a pintar, a escrever ou a fazer ambas as coisas. E é isso que tenho feito.”
“Escrevo muito. Fazer banda desenhada é escrever, embora os desenhos não ilustrem as palavras, apenas sejam complementares”, realça Satrapi, cujo bisavô materno, Nasser al-Din Shah, também era pintor e poeta.
“Escrevo igualmente para cinema. Gosto de contar histórias aos actores, dos disparos da câmara, da música, do ritmo, do filme. E pinto. Nunca antes tinha exposto. Talvez não me sentisse preparada. Além disso, nasci numa altura em que começaram a dizer que a pintura estava morta. Eu não queria fazer arte morta.”
Marjane Satrapi repete, para desgosto das feministas, que não partilha a causa destas – “longe disso!”. Interessa-lhe o ser humano: “Reparem o que Margaret Thatcher fez ao Reino Unido”, exemplifica como símbolo de “mal feminino”.
Ela pinta mulheres “como um poeta embriagado, pelas mesmas razões que Modigliani e Gauguin”, esclarece. Os nus femininos definem o conjunto da obra do italiano Amadeo Modigliani, que valorizava o vermelho e o amarelo, para fazer sobressair a tristeza e a melancolia dos seus modelos. No caso do francês Paul Gauguin, são famosas e sumptuosas as suas mulheres do Taiti e da Bretanha.
“Pinto a minha trisavó, eu própria, a minha avó, as suas primas e outras das quais tenho memórias vagas”, adianta Satrapi.
“São as pessoas que me fizeram. São a minha busca por um tempo perdido. Excepto nos retratos familiares [expostos em Paris], as mulheres nunca olham na nossa direcção. Estão atentas ao que se passa no exterior da tela: o fora-de-campo.”
Nas paredes da galeria da Avenida Matignon, nuas de risos e lágrimas, de gestos grandiosos ou grotescos, olhamos para o vermelho intenso dos lábios e o negro dos cabelos espessos, para a indumentária e as poses, e é como se reconhecêssemos as protagonistas de Broderies – incluindo Satrapi.
“É natural que o ambiente familiar e a infância de Marjane influenciassem o seu trabalho, ainda que estas faces, de grande expressividade, sejam anónimas”, explica Emmanuelle.
“As bocas estão fechadas, pintadas de forma a reflectir a subtileza das emoções. Em contraste, os corpos e o ambiente que os rodeia têm cores vivas para colocar as personagens numa melhor perspectiva.”
Os quadros de Satrapi serpenteiam de um primeiro andar até ao rés-do-chão do amplo espaço que desde 6 de Outubro de 1994 promove arte contemporânea, francesa (como a de Pierre et Gilles, Fabrice Hyber e Valérie Belin) e estrangeira (como a dos iranianos Shirin Neshat e Shoja Azari, do alemão A.R. Penck, ou do norte-americano Jeff Koons).
De Marjane Satrapi, ali estão agora 12 retratos (65x50cm) de uma só mulher, “em reflexão profunda, sempre a mirar o exterior; o pensamento a vaguear ou uma atitude de determinação”, destaca a galerista.
Há outros seis (150x100cm), cada um com duas mulheres, onde “o campo externo desaparece e a tensão sobe, porque há uma que detém o monopólio sobre a outra”; e mais três (150x150cm), onde estão quatro mulheres “posando como uma família, porque em conjunto fazemos concessões e deixamos de ser exactamente o que somos”. Os preços oscilam entre os 15.000 e os 25.000 euros.
Para Emmanuelle de Noirmont, a exposição Marjane Satrapi-Peintures “reúne os paradoxos da personalidade” da sua amiga: “Um carácter simultaneamente exuberante, altamente influenciado pelo exterior e surpreendentemente introspectivo; a razão e a lógica interligam-se aqui com sentimentos e emoções resultantes de experiências pessoais que misturam valores orientais da sua cultura iraniana e valores ocidentais da sua vivência em França.”
Criada numa casa sem brinquedos e muitos livros, Tintin era a única BD que Satrapi conhecia na infância, mas não a apreciava “porque não tinha mulheres”, foi em Estrasburgo (França), numa academia de artes decorativas que a sua “vocação” foi desperta por Christophe Blain (autor da série Isaac o Pirata), Emmanuel Guibert (A Filha do Professor), Joann Sfar e David B. (Urani, a Cidade dos Maus Sonhos).
A sua identidade como artista seria, assumidamente, moldada em 1995, quando recebeu, de presente de aniversário, Maus [ratos, em alemão], do cartoonista norte-americano Art Spiegelman.
Trata-se de uma banda desenhada que ganhou um Prémio Pulitzer em 1992 (“especial”, porque o júri não conseguia distinguir entre ficção e biografia), sobre a relação entre o autor e o seu pai, um judeu polaco sobrevivente do Holocausto.
Em 1999, quanto tinha 29 anos, Satrapi começou a desenhar Persépolis. Em 2000, foi publicado o primeiro volume do livro, que se tornaria filme em 2007. Hoje, a BD está traduzida em mais de 25 línguas, incluindo o português (Ed. Contraponto).
“Marjane não é apenas uma celebridade”, conclui a curadora Emmanuelle Noirmont. “Ela tornou-se num ícone pop, forte e poético, a sua mensagem é universal porque toca todas as sensibilidades.”
A partir da Alemanha, onde se encontra, numa curta entrevista que nos deu, por e-mail (“O meu tempo não é precioso – eu não tenho tempo!”), Marjane Satrapi diz: “Pinto desde sempre e agora senti que estava preparada para expor pela primeira vez – acredito que não será a única. É extremamente difícil falar sobre os meus quadros. Não há muita coisa a dizer. Quero que quem vê o meu trabalho imagine a história que mais lhe apetece ler.”
“Não interessa qual a história que eu contei a mim própria enquanto pintava.” No catálogo de Peintures, ela cita Diderot, filósofo, escritor e crítico do iluminismo francês: “Quando escrevemos, temos de escrever tudo? Quando pintamos, temos de pintar tudo? Por favor, deixemos algo para a imaginação.”
Se as pinturas da iraniana que, em miúda, aspirava ser profeta imaginando diálogos entre Deus e Marx foram um êxito de vendas, a sua mais recente produção cinematográfica, La Bande des Jotas/The Gang of Jotas, mereceu críticas duras.
Como esta, de Alain Spira, na revista Paris Match: “Marjane Satrapi deslumbrou-nos, em 2007, com Persépolis e depois, em 2011, deu provas da sua imaginação em Galinha com Ameixas, mas hoje o prato que nos serve é um puré de nabos mal descascados, flutuando num cenário despropositado, com diálogos aflitivos, tudo se resumindo a uma massa narcisista indigesta. Pelo preço de um bilhete, mais vale comprar um kebab.”
Igualmente implacável foi Cyrille Falisse, no site lepasseurcritique: “O filme só aparece nas salas de cinema porque beneficia da popularidade de Satrapi e não pela sua qualidade intrínseca. Filme experimental, é um banal filme de final de ano, sem qualquer objectivo”.
Em The Playlist, Jessica Kiang opina: “O filme confirma o talento excêntrico e eclético de Satrapi, e a sua visão perversa do absurdo, mas não aguenta a aterragem.”
Com Satrapi no papel principal, acompanhada de Mattias Ripa, Stéphane Roche, Ali Mafakheri, Cristian Pirjol e da portuguesa Maria de Medeiros (a mulher de Nasser Ali Khan, em Galinha com Ameixas, o venerado músico que sacrifica a vida pelo seu alaúde partido e amor proibido) La Bande de Jotas foi filmado no Sul de Espanha.

Cena do filme La Bande des Jotas, com Marjani Satrapi (papel principal em La Bande des Jotas), Mattias Ripa, Stéphane Roche, Ali Mafakheri, Cristian Pirjol e Maria de Medeiros (pequeno papel)
© Marjane Satrapi
O argumento gira em redor de malas trocadas no aeroporto entre dois amadores que vão concorrer a um torneio de badminton e uma “mulher misteriosa”, ameaçada e em perseguição de cinco mafiosos, com nomes começados por “J” – daí a palavra “Jotas”.
No vídeo de apresentação da sua comédia de “suspense, glamour, ternura e sexy”, a realizadora vangloria-se: “E não, este filme não parece ser de Marjane Satrapi”.
No que toca ao que os outros pensam ou digam, “Marji” segue o conselho da avozinha que banhava os seios em leite para ficarem firmes: “Se te rires, as pessoas dirão que és atrevida; se ficares calada, dirão que és empertigada; por isso faz apenas o que te apetecer para seres feliz”.
E foi isso que ela nos disse também: “Nunca leio as críticas, e se um dia começar a interrogar-me sobre o que dirão os críticos antes de fazer algo, será o dia da minha morte. Mas, cá para nós, também houve críticas positivas.”
É o caso de Bamchade Pourvali, escritor e crítico iraniano, autor de Chris Marker (2003), Godard neuf zéro (2006), Wong Kar-wai: La modernité d’un cinéaste asiatique (2007) e L’Homme à la caméra. Diz-me, por e-mail: “La Bande des Jotas nunca foi imaginado como um filme. Ela só pretendeu continuar a trabalhar e a divertir-se. Ninguém sabia da existência deste filme antes de vermos o trailer, em Setembro último. Foi uma surpresa enorme.”
“A ideia terá surgido espontaneamente quando estava com amigos”, acrescentou Pourvali. “Foi ela a responsável pela maquilhagem e guarda-roupa, além de ser a protagonista. A edição ficou a cargo de Stéphane Roche, que desempenha o papel de Didier.”
“E Mattias Ripa, que representa Nils, é o marido dela. Todos contribuíram para a produção. Por fim, Ali Mafakheri, o único iraniano (além Satrapi) faz todos os papéis da família dos Jotas.”
“Não creio”, adianta Pourvali, que já organizou em Paris, onde reside, ciclos de cinema português, como um dedicado a Manoel de Oliveira [1908-2015], que Satrapi “esteja a deixar de ser desenhadora/escritora para se tornar mais actriz/realizadora.”
“.Ela gosta da experiência de interligar as diferentes artes que pratica. Os que não gostam de La Bandes des Jotas estarão convencidos de que os quadros de Marjane têm maior seriedade. Eu, pessoalmente, gosto que ela ainda seja capaz de troçar de si própria, e de não se concentrar apenas em coisas de prestígio.”
“Não considero que este filme seja insignificante”, realça Pourvali. “Satrapi encontrou forma de manter o vínculo entre a BD e o cinema, evocando, de certo modo, os pequenos filmes que [Jean-Luc] Godard fez nos anos 1960, como Made in USA, a par das suas grandes obras.”
“La Bande des Jotas é muito diferente de Galinha Com Ameixas porque, pela primeira vez, Marjane Satrapi não fala do Irão – e creio que ela precisava desse ar fresco.”
“Ela é muito parecida, na realidade, com a personagem que incorpora no seu último filme: é inventiva e surpreendente e, mesmo que diga disparates continua a ter graça. É generosa e curiosa. Por vezes, também misteriosa. Bem, ela é uma artista”.

Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, co-realizadores dos filme Persépolis e Galinha Com Ameixas
© Sarah L. Voisin | The Washington Post
A relutância em falar do Irão, onde se arrisca a ser presa de regressar, ficou evidente na ausência de resposta à nossa questão sobre como avalia a situação actual, em vésperas de negociações sobre o programa nuclear iraniano e de eleições presidenciais (em Junho).
Em 2009, quando Mahmoud Ahmadinejad ganhou um segundo mandato, gerando uma “revolução verde”, Marjane Satrapi e o colega cineasta Mohsen Makhmalbaf deram uma conferência de imprensa, em Paris, assumindo-se como porta-vozes da oposição.
Embora a repressão se tenha intensificado e “Marji” não evite falar sobre o seu país em entrevistas, a verdade é que, ultimamente, o seu silêncio é mais audível do que as suas palavras.
Talvez a vontade de autopreservação se justifique pelo amor que a filha de um engenheiro e de uma estilista, nascida em Rasht, junto ao Mar Cáspio, continua a exprimir à pátria.
Note-se o que ela diz em várias entrevistas: “Se fosse um homem, o Irão seria a minha mãe e a França a minha mulher. Morrerei pela minha mãe, por muito louca que seja; ela, sou eu, e eu, sou ela.”
“A minha mulher, posso enganá-la com outra mulher, posso deixá-la, também posso amá-la – posso fazer tudo, mas não é a minha mãe. Serei sempre iraniana. O meu afecto nunca será ocidental, Nunca pertencerei a um Ocidente que não distingue entre um tapete voador e um rocket voador. Eu fui made in Iran, entendem?”
Quando a França tentou usá-la no debate a favor da proibição do lenço islâmico que core todo o rosto feminino, ela recusou participar, justificando:“ Odeio o ‘véu’ [integral], mas as pessoas devem ser livres de usar o que querem, desde que não lhes seja imposto”, alegou.
“A minha avó dizia que as leis são feitas por idiotas, e eu concordo. Quando se legisla para interditar o nikab, estamos provavelmente a negar a uma jovem a possibilidade de ser afastada da escola e de ganhar a sua independência.”
A um outro debate, sobre identidade, Marjane reagiu deste modo: “As pessoas, em França, perguntam-se por que é que os árabes não se consideram franceses. Talvez, seja porque os franceses não os consideram franceses.”
“Há um problema de imigração económica que não pode ser ignorado. Eu, como iraniana, nunca tive problemas com a França porque venho de uma família rica. Sou culta. Vivo num bairro chique. Não sou um problema.”
Sobre os críticos do seu La Bande des Jotas,“Marji” conclui, em sua defesa: “Acho que Jessica Kiang está certa: sou eclética e adoro o absurdo. Quanto a uma boa aterragem, não se pode fazer um filme em dez dias sem argumento e sem actores. Neste projecto, aterrar não era, para mim, o mais importante. O importante era voar.”

Jerôme e Emmanuele de Noirmont, amiga e curadora, que convenceu Marjane Satrapi a desvelar em público as obras que, até 30 de Janeiro [de 2013], ela resguardava no seu ateliê, na Place des Vosges, onde desenhou Persépolis
© Galerie Jerôme de Noirmont

“Não creio”, diz o crítico Bamchade Pourvali, que Marjane Satrapi esteja a deixar de ser desenhadora/escritora para se tornar mais actriz/realizadora. “Ela gosta da experiência de interligar as diferentes artes que pratica”
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Este artigo, agora actualizado, foi publicado originalmente no jornal PÚBLICO, em 8 de Marco de 2013; This article, now updated, was originally published in the Portuguese newspaper PÚBLICO, on March 8, 2013